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segunda-feira, 18 de maio de 2009

material reproduzido do site OhanaBB

NOTÍCIAS

Entrevista

Márcio Torres faz história com 21 anos de BB
Por: Redação (Fábio Pinheiro)
15/5/2009 00:00:00

Sempre sorridente e com uma palavra amiga o empresário e bodyboader Márcio Torres faz história com mais de 21 anos dedicados ao esporte. Realmente é uma vida divida entre competições, escolinha, instrutor, técnico, conselheiro, federação, são muitas as responsabilidades e atribuições que Torres encara. Para você conhecer um pouco mais sobre essa grande liderança do esporte batemos um papo com Marcio que soltou o verbo e mandou a real sobre vários assuntos.

Marcio todo bodyboarder tem uma historia de como se aproximou do esporte. Conta para gente como foi a sua?
Foi em 1988, eu morava em Valença e costumava ir à praia do Guaibim com minha família. Os filhos de um casal de amigos da minha mãe tinham duas pranchas de isopor, daquelas de surf que eram vendidas nos supermercados, e as levavam sempre para a praia. Eles eram menores que eu e quase nunca brincavam com as pranchas. Sempre gostei muito de água, antes disso costumava passar os dias inteiros tomando banho de mar e só saía na hora que tinha que ir embora pra casa.

Assim sendo, quando surgiu a oportunidade de brincar com uma daquelas pranchinhas, agarrei e troquei o banho de mar pelas espuminhas da beirinha. Daí em diante, esperava pelo domingão que poderia brincar com a pranchinha de surf de isopor. Acredito que um ano depois, meu irmão Marcos que era mais velho três anos, pediu a nossa mãe uma prancha de surf e ela sem saber a diferença, comprou uma de Bodyboard, a mais baratinha que encontrou, listrada e colorida da marca Slypery. Marquinhos encostou a prancha e quem passou a usá-la nos domingos que se seguiram fui eu. A qualidade era outra, tinha mais domínio e evoluía rapidamente minha remada, até que passei um verão com minha mãe na casa de praia de Pró Wilma, minha professora de Matemática e nossa amiga.

Lembro-me bem de dias lisinhos e tubulares de menos de meio metrinho em que entrava nos tubos e não saía, tomava muitos caldos, mas já havia sido picado pelo esporte. Depois desse verão, passei um bom tempo sem ser levado por minha mãe para a praia e como não sabia que aquela prática era um esporte, me dediquei aos tantos esportes com bola que eram intimamente praticados por toda a molecada da cidade, Vôlei, Basquete e Futebol. Já em 1989, vi propagandas na televisão do FICO SURF FESTIVAL, campeonato de Surf e Bodyboarding que aconteceu na praia de Stella Maris, vi também propagandas do Castelinho Cashemere Bouquê, campeonato brasileiro de Bodyboarding que aconteceu também em Stella Maris, mas estava muito além da minha realidade interiorana.

Continuei praticando sempre que minha mãe ia à praia, até que minha prancha partiu ao meio e fiquei uns meses parado. Já em 1991, estava jogando bola na quadra do CENEVA, uma escola estadual que existe em Valença e que ficava bem pertinho da minha casa, quando passou caminhando Fátimo Cerqueira com uma prancha de Bodyboard de isopor e um par de nadadeiras de mergulho. Ele gritou e me chamou para irmos surfar, já tinha 13 anos e minha mãe a essa altura permitia que eu fosse ao Guaibim sem ela. Conseguimos um Bodyboard da Morey Boogie emprestado com Toshibão, um colega de escola e fomos para o mar. Daí em diante, surgiu uma forte amizade entre nós, que nos conhecíamos da escola e costumávamos brincar juntos em meio a toda a meninada valenciana.

A essa altura, algumas informações já chegavam na cidade e vira e mexe conseguíamos uma Fluir Bodyboard que chegava de maneira irregular nas bancas da cidade. Vieram as primeiras manobras e a participação em pequenas competições de Surf feitas por Dalmo Meireles, surfista profissional que para nos incentivar, criou a categoria Bodyboard em seus eventos locais. Em 1991, Fátimo foi morar em Salvador para estudar na Escola Técnica Federal e em 1992, minha mãe cedeu aos meus anseios de me tornar atleta profissional de Bodyboarding e foi também comigo morar em Salvador. Daí pra frente, cresci, aprendi muito e ampliei bastante os meus horizontes no esporte.

Qual foi o melhor momento como atleta?
Acho que foi em 1998, já tinha dois anos de casado e ainda não era pai, fiz uma final de brasileiro amador em Aracajú com você, lembra? E logo depois virei profissional e fiquei em terceiro numa Copa Nordeste na praia do Francês. Mas a competição não estava tão forte em meu sangue, ao menos como atleta.

A Bahia produz talentos há muito tempo. Quem foram os precursores do esporte no Estado antes da geração atual?
Um nome que me marcou muito foi o de Ciro Rodeiro, que fez a final do FICO SURF FESTIVAL da categoria amador com Guilherme Tâmega, Marcelo Siqueira e Fábio Aquino. Ele era um baiano desconhecido e foi quebrando até a final, eliminando nomes fortes do eixo Rio-Sampa. Na época, apenas um nome nordestino era fortemente conhecido pelo centro do esporte, o cearense Francisco Rosa. Lembro-me também de outros baianos que se destacaram no Cashemere Bouquê pouco tempo depois, Rogério Seixas, Ricardo Saldanha e Verônica Costa. Tiveram seus perfis estampados na Fluir Bodyboard, acho que me espelhei muito neles, foram minhas referências, me fizeram acreditar que poderia chegar lá e competir de igual para igual com os cariocas, os melhores do esporte até então.

A Associação Esportivo Cultural 360º foi fundada por você. Quais eram as atividades relacionadas a 360º?
Fundamos a Escola 360° primeiramente, não fiz sozinho! Éramos um grupo unido pelo ideal de construir as bases do Bodyboarding na Bahia. Serge Rehem, Fátimo Cerqueira, Luiz Melo, Alexandre Reis, Bruno Biligui, Fábio Beichola, Léo Chileno e um ano depois, nosso querido Edgard Demetrio (Tio Nena) veio fortalecer ainda mais nossa equipe. Como disse, a 360° começou como uma escola, mas logo veio a necessidade de estudar as bases institucionais dos esportes no Brasil e percebemos que precisávamos fundar uma associação. Assim nasceu a Associação Esportivo e Cultural 360°. Produzimos no verão de 1997-1998 a escola e no segundo semestre de 1998 o 1° Circuito 360° de Bodyboarding em meio a alguns Bodytreinos. Não tínhamos a pretensão de fazer baianos, mas ao término do circuito, os principais atletas do estado nos pediram para que oficializássemos o nosso circuito como estadual, pois nesse período não havia competições estaduais. Em 1999, fomos reconhecidos pela CBRASB como a entidade responsável pelo esporte no estado da Bahia.

Durante um tempo houve um mal entendimento sobre o que era a Associação Esportivo Cultual 360º, a Escola 360º e a Escola Gênesis.
Em agosto de 1998, fundei a Escola Gênesis de Bodyboarding, com o apoio de toda a equipe 360°. Havia a necessidade de uma escola que funcionasse o ano todo, já que a 360° acontecia somente nos verões. Em 1999, a Associação 360° decidiu parar a escola 360° e se dedicar 100% a produção do circuito baiano, já que a Escola Gênesis estava funcionando com força total e a base do esporte estava garantida. Alguns atletas não entendiam bem quando atletas da Escola Gênesis tinham bons resultados, confundiam a antiga relação da Associação 360° como escola com a função de produtora do circuito. Entendemos isso como algo natural, pois éramos nós quem fazíamos tudo e não tínhamos como separar. Seguimos adiante acreditando que estávamos fazendo a coisa certa.

A Escola Gênesis, que comemora seu 12º aniversário no próximo dia 16, tem uma ligação estreita com o sucesso do esporte no estado, foi o berço de vários campeões a exemplo do atual campeão mundial, Uri Valadão, além de desenvolver vários projetos sociais ligados ao esporte. A que você atribui tanto sucesso?
Quando olho para trás e vejo cada dia vivido, me emociono. Muitas barreiras, abnegações, muita paixão pelo Bodyboarding e principalmente pelas pessoas, pelo ser humano. A Escola Gênesis sempre foi uma família, o grande nome e pra quem prestávamos homenagens, todos nós! Através dessa instituição, crescemos, amadurecemos, brincamos, nos divertimos, sofremos, choramos, vivemos! Os maiores projetos sociais aconteceram para todas as classes, sempre, pois as portas sempre estiveram abertas a todas as pessoas, independentemente se podiam pagar as mensalidades ou não. Posteriormente fizemos em parceria com a Associação 360° o projeto Criançada Nas Ondas e atualmente o Meninada Nas Ondas em parceria com a FEBEB, um projeto novo que vai dar muito o que falar em breve. Acho que nosso maior sucesso é o legado que deixamos e que continuamos, as relações de amor que temos uns com os outros, de respeito e admiração mútua. Uri é nosso porta-voz, mas tenho certeza que na mente dele e dos outros somos todos iguais e vibramos com cada vitória conquistada na vida pessoal de cada membro que esteve conosco e que está atualmente!

Você ganhou projeção nacional e mundial com o trabalho da escolinha e como técnico de Uri Valadão. Quais oportunidades surgiram com essa exposição?
Sabe, foi e tem sido todo um conjunto. Sem meus amigos da 360°, não teria iniciado isso e sem eles também não teria seguido em frente. Sempre fui sustentado pela energia positiva de pessoas que me amam e que sempre souberam a força de existe dentro de mim. Sem meus alunos apaixonados e hiper disciplinados, nos quais Uri está inserido, sem os pais que me ajudaram imensamente, também não teria seguido adiante, sem minha esposa Thaty e minhas filhas que nasceram no processo, também não teria ido muito longe! Foram eles que seguraram minha onda em muitos dias que chorei e desabafei nas aulas, em casa, nas reuniões diversas sobre a escola e a 360°, minhas frustrações e dificuldades em tocar a vida paralelamente aos sonhos no Bodyboarding. Eles acreditaram em mim, Uri acreditou nas coisas que eu dizia nas palestras durante as aulas e naturalmente, com a força que têm, foi longe e sagrou-se campeão do mundo. Acho natural que com tantos resultados obtidos pelos alunos, a sociedade viesse saber o que existia nas areias da Terceira Ponte. As oportunidades foram surgindo com a profissionalização da escola, pela seriedade com que encarávamos nossos sonhos e projetos. Desde o princípio tivemos patrocinadores e o nosso projeto foi evoluindo ao longo dos anos, até culminar na abertura da minha loja, o surgimento da parceria com a Cobra D’agua e o desenvolvimento das tantas ações que estão sendo trabalhadas hoje.

Você pretende acompanhar Uri em outras etapas do Tour 2009?
Acho importante citar que nunca tivemos uma estrutura ideal! As coisas sempre foram muito difíceis e continuam sendo. Poderia ficar chorando e reclamando do que não temos se comparado aos grandes esportes, mas fizemos a fazemos sempre o que está ao nosso alcance. Treinei meus alunos e treino para se adaptarem as diversas condições que a vida nos impõe e eles também possuem esse perfil. Claro que seria ideal que eu tivesse acompanhado todas as viagens internacionais que Uri fez e que Renê está fazendo, mas preciso cuidar das coisas por aqui e também é bastante caro viajar o mundo, ainda não possuímos essa estrutura. Estarei trabalhando para tentar viajar nos eventos ou no evento que considerar minha presença mais relevante, como fiz no ano passado quando viajei com Uri para a última e decisiva etapa do Tour Mundial nas Ilhas Canárias.

Na escolinha você é muito mais do que um professor de bodyboarding atuando como um agente de mudanças na vida dos alunos. Qual a importância dessa relação intima com a meninada?
É tão importante para eles como é para mim. Somos amigos e a diferença de idade não é perceptível quando estamos brincando, surfando e nos divertindo. Acho que mudanças sempre devem ocorrer no sentido do direito que as pessoas possuem em escolher o que querem para suas vidas. Tenho meu modelo de conduta e acho que sirvo a eles como uma das suas referências, assim como pais, professores em geral e amigos que escolhem. Em muitos momentos me espelho neles também, de maneira que a recíproca se torna verdadeira.

Na sua opinião o circuito brasileiro profissional deveria acontecer separado das categorias amadoras? Quais os pontos positivos e negativos se isso ocorresse?
Acho que tudo possui seu tempo. O Bodyboarding como um todo tem muitas deficiências e dificuldades. É natural! Ninguém nasceu falando e correndo. Todos precisam viver, experimentar, errar e aprender. Acho que estamos nesse processo. Ainda não temos condição de separar circuitos, precisamos fortalecer primeiramente o que temos. Fortalecer as Federações, estreitar os laços com governos e ampliar nosso mercado, atraindo novos investidores pro esporte. Estamos fazendo isso aqui na Bahia e acredito que outros estados estão no mesmo caminho. É questão de tempo uma Confederação mais forte e com mais poderes de construção. Um dia poderemos separar o profissional do amador, como acontece no Surf, mas precisamos de estrutura e de muito mais força interna e externa para isso.

O que ainda esta errado na Confederação Brasileira de Bodyboarding?
Muito se fala a respeito, mas pouco se sabe das dificuldades de produzir um esporte que engatinha no mercado. Estamos competindo com desportos muito mais estruturados, que possuem grandes empresas de marketing produzindo seus eventos e que estão estáveis e consolidados no país. Acho que o que está errado é tudo o que ainda não temos, é o fato de muitas vezes dentro do nosso esporte, nos preocuparmos mais com a CBRASB que com nossos próprios estados. Acho que a futura CBRASB depende diretamente do que fazemos agora nas nossas casas, nas nossas federações. É um conjunto! Quanto mais força de produção tivermos, mais atletas, mais produtores, mais investidores e naturalmente, mais regulamentações.

Há muita critica em torno da renovação dos dirigentes da CBRASB. Temos pessoas capacitadas e preparadas para substituir os atuais membros da Confederação?
Eu não sei se a palavra certa é substituir, acho melhor a palavra unir. Acredito que precisamos aprender a trabalhar em conjunto, precisamos ser profissionais o suficiente para elaborar críticas associadas com soluções. Faz-se necessário o amadurecimento no sentido de aprofundar discussões em prol do esporte, debater profundamente, mas estando atentos às diferenças políticas e de pensamentos. Num mundo democrático, é importante o processo político e o respeito às leis e regulamentos. Para que uma pessoa possa expor suas idéias diretamente, a mesma precisa estar inserida no contexto e ter direitos legítimos para tal. Eu acredito que a FEBEB está preparada para oferecer ainda mais sua contribuição para o crescimento da CBRASB e conseqüentemente do Bodyboarding brasileiro.

Como você avalia o circuito mundial de 2009?
Bom, e será ainda melhor quando a IBA se regulamentar no sentido de padronizar suas pontuações, premiações e critérios de escolha dos picos onde são realizadas as competições. Acredito que essa diferença de 1000 pontos entre as etapas de Grand Slam e as demais competições pelo mundo não é uma decisão inteligente. Julga-se que Pipeline deve valer 2000 pontos pois a onda é perfeita, entretanto entregam aos atletas que se arriscam naquelas condições a pior premiação do Tour, $ 15.000,00. Assim também se dá com a etapa chilena e a etapa Canária. Enquanto que competições como as realizadas aqui nos fundos de areia Brasileiros este ano ofereceram $20.000,00 e tiveram pontuações entre 1000 e 1050, além de condições de ondas que ano após ano podem surpreender a todos. A maior parte dos tops estrangeiros abandonaram a perna brasileira e isso não é bom para o fortalecimento do Circuito Mundial. Se todas as etapas oferecessem a mesma premiação e a mesma pontuação, o Tour desse ano teria pelo menos 10 etapas, em pernas bem distribuídas, facilitando e diminuindo custos de viagem, já que o esporte também engatinha em parâmetros internacionais e seria mais justo com todos os povos, independentemente do poder econômico. Os tops estariam aqui com certeza! Todos teriam oportunidades iguais para disputar o título e deveriam brigar por pontos em todas as competições, como na Fórmula-1 e no Surf, além do fortalecimento em bloco das competições e das empresas realizadoras. O campeão mundial seria o atleta mais completo em todas as condições de ondas. Posteriormente, quando forem definidas as 10 etapas padronizadas do Circuito Mundial, ano após ano poder-se-á substituir as etapas mais fracas em fator onda por eventos no mesmo padrão econômico e que oferecem ondas melhores, mas aí o esporte já estaria consolidado e forte economicamente.

Aconteceu há pouco tempo o Cobra Dagua Bodyboarding Show evento válido como 3º etapa do tour mundial que foi vencida por Guilherme Tamega. A Bahia tinha um time de peso, incluindo na equipe o atual campeão do mundo, Uri Valadão, que foi o melhor no evento com um 5º lugar. O que faltou para o um melhor rendimento da turma baiana?
Achei que o resultado dos nossos atletas foi, senão excelente, muito bom! O mundial é isso mesmo, nível muito alto e pequenos detalhes determinando quem chega à grande final. Vejo o Tour mundial como uma corrida de regularidade e nesse quesito os meninos da Bahia estão muito bem. Vejamos a seqüência das etapas para uma avaliação mais profunda.

Quem são os favoritos para o titulo de 2009?
Acredito que num circuito com pontuações iguais nas etapas realizadas, os brasileiros são atualmente os mais fortes e mais competitivos, portanto os meus favoritos. Da maneira que a IBA regulamentou o circuito para este ano, as chances dos atletas australianos e americanos, “experts” em ondas perfeitas aumentou muito, pois as etapas com o dobro de pontuação das demais serão em condições assim. Porém acredito muito que os brasileiros manterão a hegemonia também no Grand Slam.

Foi a primeira vez que o Nordeste recebeu uma etapa do circuito mundial. Como transformar essa exposição em melhorias para o esporte no estado e Região?
Como estamos fazendo, oficializando a FEBEB como órgão de Utilidade Pública e batalhando para que nossos projetos menores, porém não menos importantes, tenham incentivo também do poder público e assim, melhorar significativamente as condições de trabalho dos profissionais do esporte, ampliando os parâmetros e a expectativa comercial de todos.

O que precisamos para o esporte crescer de forma consistente?
Acredito que a soma das questões anteriores respondem juntas essa questão.

Como Vice-Presidente da FEBEB você pode falar sobre as principais novidades para 2009?
Estamos trabalhando na captação de recursos para fazer um Circuito Estadual mais forte, um projeto social que oportunize aqueles desprovidos de infra-estrutura econômica estável e buscando subsídios que diminuam os custos de viagem dos atletas baianos, além da produção de um novo site e de pequenas melhorias internas na federação.

A FEBEB - Federação Baiana de Bodyboarding já definiu o calendário para 2009?
Não, como anunciamos em fevereiro, o primeiro semestre foi utilizado para finalizar a regulamentação da FEBEB e a tornar apta em receber recursos públicos. Além disso, houve o mundial, um evento de grande envergadura e importância para o estado. Como foi publicado no começo do ano, até o final de junho anunciaremos o calendário de atividades da FEBEB para 2009.

Como empresário do bodyboarding quais foram as principais dificuldades para estabilizar o negocio?
Acho que a mesma de qualquer empresário que começa do zero. Financiamentos para pagar, ausência de capital de giro e no meu caso, a cabeça-durisse (rs) de só vender produtos de marcas que investem no Bodyboarding baiano. Nunca vendi marcas de Surf que não tivessem ativamente ligadas ao nosso esporte e por isso me tornei uma Cobra D’agua Store, pois essa marca fez e tem feito pelo Bodyboarding o que todos sempre desejaram, investir e acreditar comercialmente na nossa capacidade.

Recentemente a Torres Bodyboarding Shop mudou para Cobra DAgua Store. Porque occoreu essa mudança?
A resposta acima responde essa questão.

E o bodyboarder Marcio Torres? Esta treinando?
Essa pergunta é boa (rs). Minha vida gira em ciclos, em função do excesso de atividades em que trabalho. Depois da viagem para as Canárias, parei de surfar em função da sobrecarga de funções. Mas tô acostumado com isso, passo longos períodos sem surfar com muita tranqüilidade, pois sei que posteriormente surfarei ondas que me farão a cabeça por outros longos períodos de “hibernação”. Por isso que meu corpo vive numa eterna balança e minhas performances também.

Vai disputar alguma etapa do circuito baiano?
Hoje não tenho mais o espírito de competir e vencer, de me superar nas competições. Gosto de estar presente, de entrar na água e fazer uma bateria com os amigos. Mas nem sempre é possível, pois sou também o organizador. Sempre será uma honra entrar numa bateria de estadual, mesmo que para finalizar minha exibição na quarta colocação. Espero que tenha tempo para isso este ano.

Em 2008 você viajou para Canárias e surfou altas ondas em Fronton e outros fundos de pedra. Como foi essa experiência?
Incrível! Por muito tempo assisti filmes e vi ondas grandes e pesadas como algo muito distante de mim, da minha realidade e da minha experiência. Estar lá e descer algumas ondas assim me fez perceber que também posso ser protagonista, além de expectador e essa sensação é maravilhosa! O aprendizado é constante, interminável e pessoal. Evito comparações com outras pessoas e aceito o meu tempo como só meu, assim me mantenho feliz e realizado.

Alguma surf trip para 2009?
Por enquanto só tenho cabeça para o trabalho e para a família, para as metas que devo cumprir neste ano. Sem ansiedade, sei que o tempo de uma nova viagem como a das Canárias chegará.

Manda uma mensagem positiva para essa turma que é apaixonada pelo bodyboarding.
Sem hipocrisia, amem o próximo, lutem contra os sentimentos ruins que sem percebermos invadem nossas mentes diariamente. Construam altruísmo e benevolência, mas sejam duros quando tiverem que ser e não permitam que o mal os atinja. Respeitem seus limites e mantenham os pés no chão. A simplicidade foi anunciada por grandes mestres, temos referências, portanto, escolham o caminho certo! Paz, amor e fraternidade!