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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sobre a etapa de Shark

Escrito Por Caju Bodyboarding

Hoje, a Austrália é a principal potência econômica do Bodyboarding. Mas mesmo com um mercado privilegiado e as marcas mais vendidas, o país não conseguiu dinheiro suficiente para a realização de, ao menos, uma etapa válida para o circuito mundial. Mark Fordham, o responsável pela realização e promoção do campeonato de Shark Island, conseguiu somente U$10.000 como premiação. Mesmo esse valor sendo o maior entre todos os campeonatos de Bodyboarding na Austrália, essa quantia não foi suficiente para atingir o valor mínimo, de U$20.000, estabelecido pela Associação Internacional de Bodyboarding (IBA).

O Brasil, um país de terceiro mundo, conseguiu verba suficiente para sediar diversas etapas em 2009, com pelo menos duas já confirmadas. Como a Austrália, um país de primeiro mundo, com um mercado repleto de marcas exportadas mundialmente não consegue realizar sequer uma etapa do circuito mundial? A resposta mais lógica é a atual crise que assola a economia mundialmente. Desde 2003, a Austrália só consegue dinheiro suficiente para realizar um evento válido para o Tour. Se não fosse pela Human - marca de calçados -, era bem capaz queaustralianos não sediassem nenhuma etapa do circuito mundial há anos.

A possível razão é de que o circuito mundial deixou de ter o prestígio que teve no passado. Surfar ondas de consequência passou a ser o novo destaque na mídia. O Tour possui poucas etapas que proporcionam verdadeiro espetáculo. As outras ocorrem geralmente em condições bem aquém do que os patrocinadores desejam. Público na areia não significa retorno algum. A maioria das pessoas que vai à praia, não vai para assistir ao campeonato, vai para passar o dia, se divertir. Para as pessoas comuns, um evento fica em segundo plano. Se as ondas são ruins, então, é difícil o público ficar entretido.

Para os patrocinadores, vale muito mais investir em um atleta para que ele viaje, e consiga imagens em ondas boas, do que competir em ondas ruins que não darão retorno. Porém, na Austrália, existem diversas picos com qualidade acima da média, como a própria onda de Shark Island. Só que mesmo assim as marcas não mostraram interesse em apoiar o evento, sabe-se lá o motivo. Nos anos anteriores, nenhuma marca, ou uma união de marcas, se propôs a organizar mais um evento australiano válido para o Tour. Lembrando que a crise só começou no fim do ano passado. Por isso, eu acho que existe muito mais impedindo a realização do evento do que somente a atual crise. Pode ser que o circuito mundial não seja atrativo para que as empresas invistam nele.

Terry Mckenna foi o alvo da maioria das críticas em razão do evento não ser mais válido para o circuito mundial. Segundo Mark Fordham, o comitê de atletas foi quem vetou a realização da etapa, mesmo que ela fosse um evento especial. E foi o comitê que proibiu os atletas que participaram em pipe, e que vão participar nas etapas brasileiras de competir no evento de Shark Island. Quem desobedecer a regra, será banido da IBA por um ano. O evento em Cronulla ainda vai acontecer, mas sem a participação dos principais bodyboarders do mundo. Ainda segundo Fordham, McKenna tentou, mas sem sucesso, que o campeonato de Shark fizesse parte do Tour.
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